A avicultura de Santa Catarina tenta adequar seu perfil familiar às novas tecnologias disponíveis para a produção de frangos. A cadeia produtiva incorpora recursos que otimizam a criação de aves sem comprometer a renda dos pequenos produtores. Mais do que uma dose extra de investimentos, o quadro exige uma mudança cultural dos avicultores, que precisam adotar hábitos sem descuidar do manejo, conferiu a Expedição Avicultura 2015 em roteiro de 1,2 mil quilômetros pelo estado.
A adoção de tecnologia nas granjas tem o objetivo de extrair o máximo potencial das aves. “Não adianta ter a melhor ração e a melhor assistência técnica se não tiver uma ambiência adequada, pois aí não se explora todo o potencial genético dos animais”, pontua o gerente da GTB Foods, Alexandre Ferreira. A empresa abate 80 mil aves/dia em Ipuaçu (Oeste) com expectativa de elevar para 140 mil aves/dia em 2016, mas vê na escassez de granjas modernas um entrave.
Investimento no conforto térmico e na iluminação, que podem passar de R$ 500 mil por aviário, reduz o estresse dos animais, gerando economia ao longo de toda a cadeia produtiva. “Os resultados zootécnicos das aves ficam superiores e é possível reduzir o tempo de alojamento das aves”, exemplifica Ferreira.
Isso motivou o produtor Celmir Haiduk a construir um galpão há 2 anos, após 20 anos atuando na atividade. “A operação é mais simples e exige menos mão de obra”, compara, com planos para a construção de mais um barracão.
Sem ignorar a tecnologia disponível para as granjas, a Aurora, de Chapecó, aposta em eficiência no manejo para a conta fechar. 85% dos fornecedores da cooperativa têm perfil familiar e apenas 15% dos aviários são modernos. “É preciso levar em conta o tipo do produtor e a capacidade de investimento. Nessas condições, o galpão convencional ainda dá bons resultados”, diz o diretor de agropecuária Marcos Antônio Zordan.